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20090807

Summer Sonic Youth

Summer Sonic desse ano, FODA! Um dia que qualquer indie-rocker/alternativo iria querer. Um dos melhores dias da minha vida, viu? Cheguei no lugar, peguei minha pulseirinha e a programação, simplesmente foda, vou listar abaixo cada banda pra efeito de organização:

Obs. Tudo isso foi só no Sonic Stage, o mesmo palco onde meu coração saiu pela boca ao ver o Jesus and Mary Chain ano passado:

12:30 - Tame Impala - não conheço a banda, são novos, australianos eu acho, parecem mesmo um bando de moleques hehehe, lembram o Hanson pela aparência mas fazem um som louco. Quando eu cheguei a primeira música que eles tocaram me fez dar uma corridinha pro palco. Umas coisas 70tistas e muitos efeitos na guitarra. O baixo podia trabalhar mais, mas de resto até que é legal, vou procurar na net.

13:35 - The Temper Trap - também desconhecida pra mim, mas legal. O vocalista é um tipo meio latinizado bombado mas que canta para c-a-r-a-l-h-o, o cara canta bem mesmo, viu... Lembrou-me um pouco uns lances do Fine Young Canibals mas mais moderno, mais guitarras, bom.

14:40 - Grizzly Bear - uma amiga minha me mostrou essa banda antes, não curti muuuito por que é meio viagem, meio devagar e tal, mas ao vivo é bom de ver. Tocam vários instrumentos e todos cantam. O baixista toca flauta e clarinete em algumas músicas e um dos guitarristas toca uma harpa estranha. Mas bem compassado e um pouco anti-musical, experimental no último. Ao vivo é ótimo!

15:50 - The Vaselines - aí eu já estava ansioso. Quem não conhece Vaselines conehce algumas músicas deles, que o falecido herói de muitos, ódio de todos os metaleiros bobocas, Kurt Cobain tocou nos albuns Incesticide e MTV Unplugged. E lá eles tocaram as versões originais além das outras ótimas músicas que eles tem. O bom humor desses coroas deu um clima bem legal pro festival. Banda que está na categoria "Bandas que dão gosto de assistir"

17:05 - Teenage Fanclub -aaaaaaaahhhh. Precisa falar do Teenage? A banda de músicas mais lindas? A que você canta junto e sorri, besta só de ver o Norman Blake cantar sempre sorrindo? Here is the suuuunnnnriiiiiiise, ain't that enough? Meu Deus, como tem gente que não gosta de Teenage? E ainda fecharam com Everything Flows, e eu lá... só podendo assistir e cantar junto... Podia morrer ali. Depois eu conto uma história sobre o TF, que aconteceu comigo em 2004.

18:35 - Sonic Youth - mesmerizado. imóvel. Eu só assistia. Se você encontrasse o Batman dando uma surra em dez criminosos ao mesmo tempo, qual seria sua reação? Desde que eles entraram no palco eu só pude assistir. Uma surpresa agradável: o baixista extra deles é o mesmo baixista do Pavement. Nada mais apropriado hehehe. Mas enfim, o show. Thurston Moore, é foda. Lee Ranaldo é foda... todo mundo é muuito foda nessa banda. Os guitarristas fazem coisas coma guitarra que... Eu quero ser assim quando eu crescer. Kim Gordon, inconformada de ser a baixista mais legal do mundo, agora também toca guitarra e faz dueto de baixo. Você já viu o baterista Steve Shelley tocar? É simplesmente o baterista mais legal de todos os tempos. Estou babando o ovo do SY? Foda-se, quem não viu, não sabe o que é. Quem pelo menos já plugou um pedal de guitarra pra ver o que acontece tinha que ve-los. E pra minha satisfação eles tocaram várias músicas do Daydream Nation, meu albúm preferido - o que é totalmente contramão dos outros artistas, por que o SY está com albúm novo e nem um pouco preocupado em divulgar. Por isso são chamados de Art Punk, Avant Punk entre outros estilos (meu favorito pra eles é o No Wave). Entenda que eu escutei essa banda aos 16, o já citado album, repetidamente. Tem alguns albuns esquisitos, mas sempre, sempre é bom. E ao vivo, melhor.

20:15 - The Flaming Lips - Quando eu achava que a noite estava feita... Pra começar, a melhor montagem de palco que eu já vi. A banda vem vestida de operários - e isso inclui os roadies - e começa a montar um equipamento TODO laranja, tudo, amps, microfones, tudo. Uma tela gigante é trazida do fundo do palco e o vocalista, o único de terno, atira confete no público com uma pistola de ar comprimido. Ainda não começou o show. Alguém traz a bolha e coloca no palco, ainda murcha. Sabe o que é a bolha? Espera um pouco. Finalmente tudo parece estar pronto. As luzes apagam e a tela gigante acente, dela, por uma porta, saem o guitarrista/tecladista, o batera e o baixista (vestindo uma camisa da USSR) e quando eles comecam a tocar, o vocalista está dentro da bolha. Ela infla. Ele fica em pé e começa a andar em diração ao público. Enquanto a banda explode com uma instrumental, aquela bolha gigante com um vocalista dentro vai rolando na platéia. Surreal demais! Quando ele volta pro palco, quatro máquinas de ar comprimido lançam milhões de confetes e os roadis lançam milhões de balões gigantes no público. Uma chuva de confetes, serpentinas, balões e luzes e todo mundo canta junto, rindo, enquanto pelos lados do palco entram japonesas vestidas de coelhos e sapos. É uma festa incrível, é como estar num filme, num video-game. Durante os resto do show, mais balões são atiurados (alguns grandes como a bolha do vocal, cehios de confete), o vocalista monta em um cara vestido de macaco enquanto canta, usa um alto-falante que solta fumaça verde e laranja, um gongo gigante que pisca umas luzes toda vez que é soado, mais confete, mais serpentinas, louco demais, um circo, uma festa, um momento pra lembrar pra sempre.

Vendo o Flaming, a última banda da noite e enquanto voltava pra casa, só pensava na minha Banda, nos meus amigos da Tiamates, Lin e Lau, de como o Lin adora essa banda e de com nos três iríamos rir e se divertir demais nesse show e de tudo que a gente já fez (e ainda há de fazer). Esse post é dedicado a eles e a todos os apreciadores da boa música, que faz rir, dançar, sorrir de emoção e se sentir em casa, mesmo a milhões de quilômetros de qualquer lugar habitado por gente que você ame.

20090723

Yokohama

O corpo dela se espalhou preguiçosamente pela minha cama de solteiro. A pele branquíssima, típica dos povos de países frios a maior parte do tempo. Momentos de felicidade terríveis, mas sem avançar mais do que o que já se tinha avançado. A consciência pesou e deixamos de nos entregar a febre da carne...

No dia seguinte eu acordo em um cyber-café, que aqui funciona também como uma espécie de hotel baratíssimo, por que tem cabines onde se pode deitar. Barato, prático. Yokohama. 8 horas de um ônibus extremamente desconfortável depois, estou em um cyber-café perto da Estação Yokohama, a estação principal da 3a. maior cidade do Japão. Saio ainda sonolento e com o pescoço em frangalhos e tomo o rumo à estação. Ao chegar perto do local do Festival, encontro uma rede de comida japonesa conhecida, comida barata, rápida, nem tão saudável mas ao menos melhor que McDonalds ou Mr. Donut.

O Nano Mugen Festival é organizado pelos caras da Asian Kung-fu Generation, a única banda japonesa que tem meu completo respeito. Esse ano não vou pro Fuji Rock por que só tem o Franz e o Weezer, como já vi o Weezer, não vale a pena se deslocar tão longe por causa de uma banda. Então vim pro Nano. E Yokohama é perto de Tokyo por sinal...

O grande motivo mesmo foram eles: Nada Surf. Uma hora de show e fiquei feliz, muito feliz. Eu escuto esses caras desde meus 15 anos, desde que comecei a escutar rock. Só falta o Superchunk agora.

O Festival também tem outras coisas interessantes, Hard-Fi (razoável, banda nova), Young Punx (muito bom, me surpreendi). O Manic Street Preachers cancelou, mas tudo bem. As bandas japas... Só o Asian. Eles são os únicos que não ficam fazendo performances exageradas e tem um rock realmente decente, nada dos típicos fabricados que nem merecem ser citados aqui.
O festival acaba e vou pra Sakuraguicho, perto do porto. Dou uma volta na maior roda-gigante do Japão, sozinho mesmo, tirando muitas fotos e ficando com medo de altura.

Acordo de novo no cyber-café. São 7 da manhã. Resolvo caminhar, chego de novo na roda-gigante mas não vou lá, sigo o caminho do porto e a brisa do mar começa e me deixar preguiçoso. Sento em um banco perto de um prédio histórico todo feito de tijolos vermelhos e termino de ler Diary, do Chuck Palahniuck. Não é muito bom. Percebo que com o sol morno ganhei um bronzeado, sigo o cais e tiro muitas fotos. Algo me inquieta. É ela.

Yamashita Park, Chinatown e de volta para Estação Yokohama. Eu adoto uma tática. A cada hora de caminhada eu paro e leio o livro. Ou escrevo. E assim as frações de tempo necessárias para eu voltar no ônibus noturno vão passando. Desisto de ir à Tokyo, estou sem humor. Não sei por quê.

E então entendo... Estou de coração partido. Subitamente entendo. Aquelas mãos brancas e macias, aquela respiração soltando algumas palavras em inglês com sotaque carregado de erres. Nada disso será para mim. Não pode, não deve. Talvez se fossemos adolescente e inconsequentes, talvez se não estivéssemos aqui. Mas depois de uma certa idade, aprende-se a respeitar certas coisas. Compromisso sérios e relações homem-mulher, quando já se passou por algumas situações ou conviveu próximo a elas, sabe-se que deve-se tomar cuidado.

E tomamos, não fomos adiante. Quando voltei a Kyoto, sentamos em um banquinho de praça, abrimos nossos corações e concordamos que por mais tentador que seja, é óbvio o que temos que fazer. Continuar como se nada tivesse acontecido. E nunca contar pra ninguém. Pelo menos não citando nomes ou qualquer referência que possa cruzar informações. Trato feito, corações partidos, nos vemos por aí.

Yokohama é ótima, o porto e o mar chamam sua alma.
Nada Surf vai ser sempre importante pra mim.
Beber sempre ajuda.

heh.

20090128

O novo Rivers e o nem tao novo Red Album

La vem eu com mais uma historia de review, pelo menos a ultima serviu pra alguma coisa hehehe. Na verdade, eu estava querendo escrever sobre esse disco fazia tempo, mesmo por que já faz tempo que foi lançado. Ate escrevi uma resenha em inglês pra um possível fanzine que estarei fazendo com o Hamish, meu amigo neo-zelandes de Osaka. E o principal não seria nem o disco em si, mas também o vocalista do Weezer, o Rivers.

Acontece que eu tive a oportunidade de estar no show dos caras ano passado no final de novembro se eu não me engano e digo, show do Weezer vale a pena, viu? Vale mesmo, ainda mais agora. Quem viu o DVD deles ou qualquer outro show via youtube ou outro meio qualquer sempre viu um Rivers tímido, quieto, cantando muito, mas não muito animado... O que eu vi foi um cara que viu a luz. Eu vi a luz que ele viu e ele viu a luz que se vê quando se tem uma epifania. Nossa, o cara esta animadíssimo, canta, pula, ri, grita e sacode todo mundo. O começo do show em si já foi fantástico, eles armaram um mini-palco no fundo e fizeram umas versões acústicas pro pessoal do fundão, conversaram com a japonesada... Enfim foi muito carismático. No palco principal então, foi demais. Maaaas...

Ai entra o disco novo. O primeiro disco com canções compostas pelos outros membros da banda. E ouvindo esse novo disco, eu vi que a banda na verdade é o Rivers e o quanto infelizmente os outros, musicalmente falando, são substituíveis. Tirando as canções do Rivers (das quais eu falo ai embaixo) o resto é bem... resto. Não sobra de estúdio, mas musicas desnecessárias e amadoras, para o padrão que o Weezer vem apresentando sob a batuta do seu vocalista, não é nada mesmo. Brian Bell tem uma voz horrível e uma composição ainda mais primaria. Os outros então, com suas hip-hopices e viagens fizeram desse disco um disco de três canções decentes e nada mais.

E que canções decentes. Bem, na verdade "troublemaker" é interessante, "Pork and Beans" é bem Weezer, mas a obra prima é "The Greatest Man Who Ever Lived". Simplesmente o estado-da-arte, a vanguarda de Rivers. A musica muda tanto e tem tantos momentos e tempos diferentes que lembra a estrutura de "Bohemian Rhapsody" do Queen. E não é pra menos. Escute e veja por vc mesmo o quanto vale a pena. Desconsidere o resto do disco. Mas vá ao show. VA. Por que vc presenciara um Rivers que parece ter descoberto a cerveja... Com a idade se amadurece neh? Então amadurecer também é aprender a se divertir, e como!

E só pra finalizar. Esse cara do Weezer é muito inteligente. Muito. Sabe por quê? Por que abrindo espaço pros outros membros mostrarem o quão precários eles são... Ele mostra que o Weezer é ele e ele é o Weezer. Ate vejo dizendo: "ta ai, vcs fizeram quase o disco todo". Ele deu a chance dos caras, mas ele é O cara.

Pois eh.

“I was born to give and give and give... I am the greatest man who ever lived, ra-di-o-ac, di-o-ac, ra-di-o-active"

20090120

Oh dia, oh noite, oh vida... (e Mark Arm ri no palco)

Estou aqui no meu apezinho japones, de 10 tatames (grande pra o padrao local) dando um tempo pra minha cabecinha cabeluda de uma traducao terrivel que eu tenho que terminar. A culpa eh da preguica, como sempre, podia ter feito isso pouquinho a pouquinho no tempo todo desde que o professor de Forestry & Society pediu, mas que saco, eu sempre vejo tanta coisa pra fazer, tanto lugar pra ir e tanto Star Trek pra assistir (e agora Harvey Birdman, ou Harvey o Advogado)... Um saco, um capitulo inteiro sobre bambu, e o bambu? lembrei do silvio santos. Como eu nao podia fazer uma apresentacao por causa do meu japones, o cara me pediu pra traduzir um capitulo do livro. Eu nunca achei que fosse ser facil, mas eh especialmente dificil, varias definicoes e palavras que sao referentes a cultura do bambu do japao, achar uma traducao condizente em ingles eh um senhor exercicio. Fora que amanha comecam as revisoes pra prova final de japones, essas semanas prometem. Ai hoje eu tava quase terminando, falta um paragrafo, que leva de 30 a 40 minutos pra ser traduzido por mim, dependendo da complexidade dos kanjis, to usando 3 dicionarios, 2 eletronicos e o insubstituivel de papel. Ai vim em casa comer e dar um tempo. Tem uma hora que a gente ve o rendimento da gente cair, entao eh melhor parar. Mas vou ja voltar pra la.

E ai, bundando aqui na net me lembrei de falar do show do Mudhoney, que foi massa para caralho, foi muito bom. Cheguei la achando que ia ser o padrao, beber sozinho, curtir sozinho e depois voltar todo doido pra casa de tanto pular no meio da japonesada. Mal entrei, um figura da Kyodai me aborda, morto de bebado e jogamos umas conversas fora. Depois apareceram umas gringas, ate ai ta ne, nada de novidade em Osaka (nem em Kyoto se fosse o caso), mas ai o bebado puxou um papo e eu conheci as australianazinhas turistando o Japao. Tenho que admitir, meninas boazudas viu... Na ausencia de fatores carnais que aqui comumente se encontra elas eram uma visao e tanto. Conversa vai e vem, o show comeca, combinamos de ir pra algum lugar depois. Nisso conheci um casal que a menina me lembrava a Blinda Butcher, um casalzinho indie, gente boa. Comeca o show com uma tal de Joe Heights, banda japa, eu nem me empolgo, mas tava bebendo e eles eram instrumentais ate que legais, ai curti... Quando o Mud comecou eh que foi foda, ja chegou arrebentando, o Mark Arm parece um Iggy Pop menos acrobatico, mas nao menos carismatico. Ele entrou e fez que nem lutador de sumo, dando aqueles passos pesados, foi foda, muito foda, sai de la bebado e com a garganta doendo muito de tanto gritar. Consegui uma foto do repertorio com meu cel e a palheta do guitarrista, souvenirs legais e faceis de guardar. As australianas? Sumiram, escafederam-se, eu nem ai, gringo eh assim mesmo, ainda mais turista. O bebado? Tbm sumiu... haveria uma conexao? Heheheh nem liguei, no estado que eu tava so passei meu email pro casal indie pra eles me mandarem as fotos do show que a Blinda cover tirou secretamente e rumei de volta pra Kyoto no frio invernal e infernal que ta fazendo. Melhor voltar pro lab e terminar a traducao. Techau.