20120826

BOAT - Landlocked

You know you really should be smiling
But she don't feel like smiling
Your face is made of stone
I give up

You only work when you have to
Eating from the drive-thru
Lazy bag of bones
Go ahead and make that too

And now you're hiding from the landlord
Hidden bills get ignored
You're colder than the cold
Freeze me out

And when you search for your close friends
All that you find is dead ends
No one calls you back

You know you really should be smiling
But she don't feel like smiling
Your face is made of stone
I give up

I've been landlocked

Frozen in blocks

I've been landlocked
Frozen in blocks

You know you really should be smiling
But she don't feel like smiling
Your face is made of stone
I give up

You know you really should be smiling
But she don't feel like smiling
Your face is made of stone
I give up


That was the song's lyrics, this is how I describe it:

(Bass starts)

(Guitar riff that I love)
(Cute keyboard kicks)
You know you really should be smiling
But she don't feel like smiling
Your face is made of stone
I give up

(Drums getting feverish)
You only work when you have to
Eating from the drive-thru
Lazy bag of bones
Go ahead and make that too
(Drums get stronger)
And now you're hiding from the landlord
Hidden bills get ignored
You're colder than the cold
Freeze me out
(Drums get stronger, guitars scream higher)
And when you search for your close friends
(J. Roderick starts singing louder together here)
All that you find is dead ends
No one calls you back (baaaaaaaa aaaaaaaa aaaaaaaaa aaaaaaaaack)


(Guitar/bass riffs in perfect order)
(Acoustic guitar kicks)
You know you really should be smiling
But she don't feel like smiling
Your face is made of stone
(Bass gets louder)
I give up
(Everybody plays everything)
I've been landlocked
Frozen in blocks
(Only drums and vocals)

I've been landlocked
Frozen in blocks
(Everybody Louder with back chorus singing "I've been landlocked/Frozen in blocks")
You know you really should be smiling
But she don't feel like smiling
Your face is made of stone
I give up
(Everybody Louder with back chorus singing "I've been landlocked/Frozen in blocks")
You know you really should be smiling
But she don't feel like smiling
Your face is made of stone
I give up
(Songs finishes quickly with a sound theremin-like)

20120823

Letter

Hey, its been a while

Better like this, I guess that's how I can express myself better lately. I was watching something and remembered you. No special reason at all, just some time ago we used to speak more and at some point became a little bit closer. You mocked me sometimes for that, but that was/is your nature, I guess. Mine too, every now and then, is  to laugh and joke and leave.

Love, you know, why else we would write? I guess it's all true, like the fake Hemingway from "Midnight in Paris" said 'If a story is not true is not good' or something like that. Did the true Hemingway said that? I never read him, I confess, I am trying to catch up with a lot of classics recently. Catcher In The Rye, Heart of Darkness, Great Expectations... stuff I never read and now I know why is so good. But it is an acquired taste... 

So, the thing is that life is short, I realized that. It can really be. The long moments of boredom do not stretch the length of it, neither do the happy moments that flash before our eyes, like the ones we shared several years ago. That lead me to think a bit more ahead of myself and start to question my moral values - in love for instance.

In fact, I had several adventures recently and I wanna tell you because one day we talked about that. Proud of being good (on that time at least), of let the years pass by even if there is some bullshit unsolved or that never will. That is not what I want anymore. Ain't me to get shit from no one. At least no more. That's what scares me.

What we become is the sum of our environment and our choices. I guess I am not really in the best place to be good, or I have no wish to be good in the sense that I don't wanna restrict myself because of no one. Like I did before, but before I had a lot of guilty to deal with and that was fruit of a lot of resentment. 

By now you probably got the entire picture. So I don't need to go in details, not with you at least. Something I like about you is exactly that. We can leave the details for the less fertile minds or for our writing time. I guess people call that insights, no?

Whatever, I just wanted to talk to someone about it.

One had blue sapphire eyes, deep and sad,
It was a wonderful night and a next day terribly bad.

One was due long ago and it finally happened.
 I felt like a king but she probably regret...

One is not over and did not start.
 But we sneak between these two, hiding from the lights.

Another one is Christmas past and now sing in another chorus
 I am happy for her cause she brings me no worries.

I am not bragging, I'm just saying... Maybe I am no good. I have my reasons though. Lots of resentment, lots of things not happening and life itself begging to be decided, stabilized, put on a railroad where it can flow.

This is not my home, never will be. But there are other places... Paris, London, Firenze, Madrid... I just wanna go home, but anywhere but here can be my home, anywhere else. Home, the actual one too, my little place that I so much love, that I so much miss, with the people that I miss even more.

Things were easier, I was simpler. You said you didn't change, but I know you did. What I know that didn't change is your knowledge and the shared insights. So I write to you because I know you won't judge or put words in my mouth. That you will read this and see the double meaning of what actually it is. You have the language and the brains. That I have to admit.

Miss you, in a totally not homo way. Maybe a bit, haha.

All the best, see you sometime in the future

20120608

Eu já mencionei que eu não paro de escutar o Dress Like Your Idols do BOAT?
Ou que eu detestei a versão do Velvet Revolver para Psycho Killer, a original do Talking Heads é muito melhor e o video original no Youtube com eles bem novinhos é muito legal? Esse baixo é o melhor.


Que eu posso assistir alguns filmes milhões de vezes (O Clube da Luta, Platoon, Beleza Americana, Trainspotting).

Que minha música favorita do Strokes é The End Has No End especialmente a parte depois do solo


Estou lendo um dos livros do Antony Bourdain, gostei quando ele foi para Portugal comer um porco. Me deu saudades de novo, queria comer o prego no pão em frente ao Mercado do Bolhão...


Acho que o Tony Bourdain é o único chef que pode ser cínico sem ser chato ou arrogante. E ele escreve bem pra alguém declaradamente iletrado e junkie... O bom dos livros é que ele fala mais sobre as impressões, o programa da TV dá muitas imagens, mas falta o sentimento.

Queria sentar na beira do Rio D'ouro e esquecer o mundo... ah...

20120601

"Gráffias"

Eu desço a escada do avião da empresa de baixo custo (12 euros por este trecho) e rumo aeroporto adentro, erro o caminho e vou para o saguão errado, finalmente me encontrando, checo o câmbio - muito caro - e o guichê de informações. É muito simples andar pelo centro, tudo fica por lá, diz a atendente com um sorriso. Ela fala claramente e eu não tenho dificuldades. Na parada do ônibus expresso, um negão de terno fica confuso com os sinais, pergunto em inglês aonde ele quer ir mas ele, um marroquino, só fala francês. Faço o melhor que posso Où voulez-vous aller? ele responde ainda confuso Avenida América. Encontro o número do ônibus que vai pra lá e aponto C'est ça. Ele agradece e senta calado.  Meu ônibus vem e eu parto observando tudo ao meu redor, nessa altura da viagem fico feliz de mais um ônibus ter um letreiro digital, já que os alto-falantes são no mínimo terríveis. Nem se fosse em português eu entenderia.

Eu desço na Plaza de Cibeles e sigo o mapa da moça do aeroporto. É uma caminhada relativamente curta, ela disse, até chegar a Puerta del Sol é 1,5 quilômetro. E eu aproveito cada metro. Os prédios não são estranhos, gigantes versões dos prédios coloniais de Manaus, muito mais majestosos e em sua maioria de um bege empedrado. Passo um museu, uma pixação, prostitutas em vielas, lojas. Quando chego a Puerta, uma infinidade de pessoas, muitas muitas pessoas sentadas nas fontes, apoiadas nas paredes da artística entrada do metrô, artistas de rua, tão irritantes aqui quanto em Veneza, mas eu só saberia disso em dois dias e meio. Continuo seguindo o mapa para o meu hostel. Naquelas redondezas, disse-me a moça, houve um assassinato de alguém importante e depois fizeram um filme sobre isso. Me perco entre as ruas pavimentadas de pedras polidas por solas de sapatos ao longo de centenas de anos, encontro a tal rua, estreita, deserta, assustadora. Há uma praça em uma colina cheia de silhuetas fumando e falando alto. Fico feliz de eles me ignorarem e alcançando o hostel me sinto em segurança. Mostro a reserva feita pela internet, o dono é um homenzarrão meio carrancudo mas gentil. Cartão aprovado, meu quarto é dividido com mais 11 pessoas, ele avisa. Depois de tudo explicado, agradeço e me sento. Já me acostumei com os calos nos pés mas aprendi a importante lição de deitar em uma cama macia por alguns minutos e deixar a poeira baixar. Dois norte-americanos entram, se apresentam, trocamos um conversa rápida. Tenho fome. Eles não querem sair pra jantar, uma garota entra no quarto e diz oi. É você a holandesa? Sou eu sim (a única mulher do quarto, os americanos me explicaram antes) Quer ir jantar comigo? Ela hesita por 2 segundos. "Sure!"

Sinceramente não sei aonde ir, deixo ela me guiar. Paramos em uma pracinha e enquanto trocamos apresentações básicas eu provo um presunto com pão e azeite que faz meu coração sorrir. Me lembrou a praça do Eldorado. Quando se vive muito em uma cidade só, é difícil não comparar com outros lugares e Manaus é mais do que os habitantes imaginam. Todo aquele glamour da borracha e aqueles prédios de famílias portuguesas no Largo São Sebastião tem um motivo. São tentativas de fazer gente que veio de muito muito longe se sentir mais próximo de casa. E esse hábito de comer na rua, sentado em uma praça, também não é nosso. Percebo isso enquanto ela me conta que ensina linguagem de sinais para crianças autistas surdas (?) e como o trabalho é difícil e longo. Como Amsterdan ainda está fria e como ela em um impulso tirou o fim-de-semana e foi para lá.

Eu conto sobre mim, sobre o Japão, sobre essa viagem, aonde eu vou, de onde vim, etc. E estamos em um bar típico agora, bebendo cerveja e comendo sanduiches com diferentes presuntos, choriços, salsichóns. Eu tenho dificuldade para explicar o que é um jábon em inglês e nossos amigos de mesa não falam inglês, cutucamos iPhones em busca de um significado. Eles desistem e dizem é carne, é bom. Eu conto pra ela e aqueles olhos azul-escuro riem. Ela me mostra suas pinturas, um hobby de horas vagas. Eu fico honestamente impressionado e peço que ela me mande por e-mail fotos. Nunca mandou.

Nossos novos amigos vão embora. Eles são mais jovens que eu e parecem bem mais velhos. Rumamos de volta ao hotel, mas ela anda muito rápido. Eu seguro sua mão e peço pra ela relaxar. Ela se esforça.

Isso tudo enquanto vendo uma cidade impressionantemente bonita, igrejas iluminadas, gente por toda parte. Pulsando jovialidade.

Franceses me acordam no meio da noite fazendo check-in. De manhã eu digo que eles fizeram um estardalhaço, eles se desculpam mas zombam de mim, eu sei. Eu posso entender isso até em koreano. Ela se comporta fria e indiferente, eu me sinto empurrado longe e decido continuar com a vida, afinal o tempo é curto e há tanto para se ver...E eu vejo tudo que eu posso, ando o dia inteiro. Visito um museu náutico onde um antigo mapa tem escrito um aviso no lugar aonde o Japão deveria estar "Aqui vive um terrível monstro marinho" down right Sir, down right! Eu rio sozinho.

Ainda é março, então o Jardim Botânico não tem flores. Me incomoda a sua indiferença, o que eu fiz de errado? Minhas lamúrias são interrompidas  por um senhor gritando pela polícia, suas coisas foram roubadas mas com sorte ele recuperou a carteira.

Quando eu passei pela praça onde um Cervantes de mármore observa Dom Quixote e Sancho Pança eu já tinha percebido. Eu me apaixonei. Em uma noite. Por olhos azuis. E um espírito artístico. E eu tinha meu coração partido, na manhã seguinte. É isso viver intensamente? Deve ser. Quem disse que o romance morreu?

A noite trocamos um oi, sigo em direção ao outro lado do rio, resolvo ir andando apesar dos 6 kilômetros de distância. Andar se tornou parte de mim, já não dói. Tento encontrar um clube de rock que vi na internet, sem sucesso, paro em um restaurante árabe e me deleito com um kebab e uma salada maravilhosos. Um acidente na praça próxima chama minha atenção por alguns momentos e resolvo voltar de metrô.

Perco meu tempo falando com um canadense exibido e alguns brasileiros que aparecem de repente, resolvo tomar banho mas a porta está travada. Chamo o atendente, o mesmo homenzarrão do check-in. Ele se surpreende com meus agradecimentos, sorri dizendo que não é nada. O Japão me educou melhor que minha mãe na arte de agradecer.

Eu escrevo uma pequena dedicatória no meu meio-lido livro coletânea de O. Henry. Eu iria me arrepender de ter dado esse livro mais tarde, mas não muito, só por que eu estava sem nada mais para ler. Eu deixo na cama dela e durmo. Às 5 eu acordo e faço check-out, ando pelas ruas ainda escuras e cheias de gente voltando de clubes e bebedeiras, apreensivo mas nem tanto. Algumas meninas me pedem informações sobre como ir a uma estação. tendo estudado o mapa do metrô de antemão (algo que de nada serviu mais tarde, mas foi bom tê-lo feito de qualquer maneira) eu aponto o caminho.

De volta ao aeroporto eu ainda tenho duas horas para meu voo. Descanso, me irrito, fico triste de ter sido tratado friamente por ela. Então sorrio por que eu fiz algo tão incrível e estive em um lugar tão maravilhoso.

Ainda rio quando escuto, nas minhas memórias, o jeito que eles falam. Não é o Gracias com som de ss, é mais como gráfffias, meio que com a língua nos dentes.

Amei. A cidade. E alguém.

20120517

Café Boost

J'habite prés de l'université, c'est un problème parfois... Mon PhD c'est un problème aussi.

Ontem tive um ataque elétrico causado por algo que eu não sabia que funcionaria. Café.

Nunca fui muito fã e já tive gastrite, então sempre tomo com leite. Ontem me sentindo preguiçoso (mais que o usual) resolvi tacar no moído e rumar pra universidade. Lá tomei mais uma xícara em um dos raros momentos em que me sinto me aproximando do pessoal do laboratório. Meia hora depois não conseguia parar quieto, tive que sair às pressas... Aí está o problema de viver perto da universidade, é fácil sair de lá e ir pra casa, vira uma tentação do cacete desistir de qualquer coisinha. Então rumei pra casa, troquei de roupa e resolvi subir a montanha, de tão elétrico quase fiz um parcour... Exausto e suado voltei ao "lar" e tomei um banho. Aí sim me acalmei. Nunca imaginei que café pudesse fazer isso comigo, até por que sempre que bebi não havia esses efeitos colaterais.


Nunca fui de usar nada além do álcool puro e simples, desde meus 16 anos bebo, algumas vezes mais outras menos, tenho fases de abstinência total e fases de trasheamento contínuo. Depende também com quem estou. Uma das minhas grandes saudades de Manaus e uma boa alembrança de uma das minha ex é sentar em uma praça do Parque 10, próximo do Amazonas Shopping com alguns amigos (vocês sabem quem são!) e entornar cervejas intercaladas com cachaças e jogar conversa fora sobre bandas, quadrinhos, inutilidades, utilidades, etc. O Parque 10 é perfeitamente perigoso para uma coronária... Você se embebeda em um dos muitos bares, se entope no Habibs e assiste um filme alugado naquela locadora famosa. Receita pro sedentarismo agressivo e prazeroso. Definitivamente quero morar lá um dia.


Sempre andei com o pessoal "das droga" principalmente admiradores de maconha. Nunca me meti a usar, nunca deu vontade e com o tempo vi que era ruim, como jogar lixo no chão é, alimentar a indústria das bocas-de-fumo. Ficou um lance tipo reciclagem: eu faço minha parte, faz quem quer e não discrimino quem não faz. Felizmente a maioria das pessoas que fumavam e com quem eu gostava de andar colocavam isso à parte na nossa relação e com uma piada ou oferecimento ocasional tive muitas boas risadas e até participei de rodinhas aonde pude rir de todas as leseiras sem estar usando nada. Sempre tem/teve os idiotas que acham que fumar é uma religião, que não fumar é coisa de careta, etc. Gente lesa. Pau no cú deles.


O que me trouxe de melhor foi aprender a não julgar ninguém por conta disso, conheci músicos, desenhistas, poetas, gente legal de bater papo e que por uma circunstância ou outra fumava ou cheirava. Eu mesmo, no sir, c'est ne necessaire pas. Imagino que o boost do café deve ser parecido com o lance do ecstasy ou do pó, mas eu me sinto particularmente desconfortável com essas alterações corporais. Não gosto de ficar agitado ou superexcitado.


Sexo. Uma cerveja ocasional. Música, muita música. Isso me dá um boost que eu curto tanto que me arrepiam os cabelos da nuca. 


A banda que eu estou realmente gostando de ouvir é a Smog. A música Hit the Ground Running não me sai da cabeça. Nem Set you free do Black Keys.


E hoje eu acordei com o Winamp no shuffle tocando Meu Amigo Pedro, do Raul Seixas. Sorri.

Niigata

Como estou escrevendo do meu laboratorio (procrastinando) nao posso colocar acentos. Nao que este seja um espaco de referencia para o portugues corretamente escrito. Long disso. Anyway...

Eu visitei Niigata em 2008 ainda, hoje por alguma razao desconhecida lembrei de la e quis salvar a memoria. Na verdade nao gostei muito de la, mas ja chegamos la.

Passei por la, na verdade, a caminho do Fuji Rock, o unico que fui ate agora. No Japao os principais festivais de rock sao o Fuji e o Summer Sonic, isso com bandas estrangeiras, so com bandas japas tem o Rising Sun, acho. Enfim, 2008 eu ainda tinha alguma grana do Brasil e nao queria perder a chance de ver o My Blood Valentine, coisa que fiz bem por que nunca mais eles fizeram apresentacoes (ate aonde eu sei). Entao comprei ingresso, reservei onibus e 15 horas depois cheguei em Niigata. O Fuji Rock na verdade eh em um cidade longe do Monte Fuji, parece que o primeiro festival foi la mas devido a bagunca tranferiram para um Ski Resort e ai ficou sendo la. Acho que inclusive ja postei sobre isso aqui mas nao faz mal, pelo menos pra mim mesmo. Peguei um trem-bala para o lugar, depois descobri que poderia ter pego um trem normal e pagado metade do preco, mas tudo bem, experienceei o Shinkansen e em meia hora estava la... na parada do onibus fretado que subia a montanha para o local do concerto.

O festival foi otimo, chegei la estavam tocando Rodrigo y Gabriela, assisti The President of USA, Bloc Party, Kururi, Kasabian, Travis e o MBV... Foi otimo. Tentei dormir a ceu aberto com outras centenas de pessoas mas a organizacao do evento pediu gentilmente a todos que nao o fizessem. Me aconcheguei em uma pequena floresta com o mesmo montante de gente e um numero proporcional de formigas e insetos, mas dormi e na manha seguinte deixei o lugar. O festival dura tres dias e pode-se acampar no local, mas custa o olho da cara e so comprei ingresso pra um dia. Deixei o lugar triste por que parecia uma versao japa de Woodstock ou Burning Man, com mil coisas acontecendo paralelamente aos shows e a musica eletronica non-stop. Enfim, tive que partir.

Chegando de volta em Niigata percebi meu erro, grande erro. Reservei o onibus de volta para noite e teria que gastar o dia todo naquela cidade desconhecida e cansado de nao ter dormido bem. Tinha um livro, tinha meu bloco de notas mas eles so me forneceram distracao por algumas horas. Terrivel. Resolvi ligar para um amigo checar na internet aonde eu poderia ir, nada de interessante. Comecei a vagar pela cidade, andei andei andei, como na musica do Xitaozinho e Chororo e nada do tempo passar.

Niigata nao tem nada mesmo. So uma cidade urbanizada mas sem atrativos. Vaguei por shopping centers entediantes, McDonalds cheios de adolescentes curiosos, tentei ate dar check-in em um motel mas nao aceitaram um cara sozinho (sic). Desesperado por descansar melhor que em bancos de praca tentei hoteis e estes nao faziam check-in depois do horario estabelecido. Meu Deus, que merda de cidade! Nada pra ver e nenhum lugar pra ir! Achei um fliperama e mais uma hora se passou, finalmente comecou a anoitecer. Meu onibus finalmente veio as 22 horas e na manha seguinte estava de volta a Kyoto.

Nunca mais fui por aquelas bandas, outros Fuji Rock aconteceram mas nada com tantas bandas que valessem a longa viagem e o tedio interminavel de Niigata.

20120509

Com todo o estúpido modismo de zumbis all around, dá pra encontrar coisas boas, lógico.

The Walking Dead é tão clássico que a TV fez uma série. Os quadrinhos são incrivelmente incríveis. Mil vezes o suspense e um verdadeiro livro-texto de como escrever estórias: grupos inteiros de personagens são eliminados dando um novo paradigma pra trama. Suspense que incomoda de tão supensioso. Melhor frase da série: "WE are the walking dead"

Mas enche meu saco esses modismos de coisas que são facilmente digeríveis. Quando tudo é muito fácil de fazer se torna banal. A utopia é chata, o tédio é o melhor amigo da perfeição. Já cansei de ver gente fazendo blogs de como sobreviver a ataques zumbis, apocalipse zumbi, como fazer feridas falsas e sangue falso convincente. Que saco. Vão à puta que os pariu.

Mas o nirvana da coisa, para mim, é iZombie. Lindo. Estou apaixonado por Gwen. Olha como ela é linda! A arte totalmente contraventora, o script curto e grosso. A idéia simples e original. Quadrinhos como devem ser. Pena que deve terminar esse ano, no número 28 (já está no 24 ou 25). Eu não vou contar nada, apenas veja a imagem que eu postei como título desse post e entenda como puder. E baixe, compre, sei lá, dê um jeito de pegar sua edição. Vale.

Bandas recomendadas a se ouvir durante a leitura: The Soft Boys (que também vão perfeitamente bem com a animação francesa The Fantastic Planet  (La Planète Sauvage en français, c'est trés bon, oui?) especialmente a música "Kingdom of Love")



 E a fácil de ouvir, fácil de ignorar e ainda assim muito prazerosa Someone Still Loves You Boris Yeltsin.

Eu ainda me apaixono pelas pequenas coisas da vida.

Menos blogs de zumbi. Esses aí fodam-se...